domingo, 11 de julho de 2010

Infinitivo...


Fiz mais do que morrer de amor por você: eu vivi! E depois de tanto viver, ter ficado em estado de graça, ter sido sua, não é de se estranhar que me sinta tão cansada, traída e louca; louca pra te esquecer.
Fiz por você o que deve ser feito no amor: cuidei, preocupei, estive ali sempre, passei por cima dos meus medos e problemas pra te livrar dos seus. Fui altruísta ao ponto de esquecer de mim. Talvez esse tenha sido o erro, mas um erro de amor é sempre um quase acerto. Ah! Se você soubesse o quanto eu tentei continuar sendo sua. O quanto eu queria continuar te ouvindo ao telefone todas as noites e saber que estaria junto a ti em breve.
Entreguei-me tanto à você, tão inteira que me sinto cansada de sentir, nem eu ando me agradando mais. É incrível como tenho a terrível mania de me entregar por completo. Nessa altura do campeonato já deveria ter aprendido que todos quererm exibir a garrafa inteira, mas apreciá-la aos poucos. Será mesmo que a completude assusta? Será que como um espantalho, sempre ali parado de braços abertos e sorriso na cara, será que como ele faz com os corvos, fiz com você?
Já fiz tantas juras a mim de não pensar mais em "nós", em você, jogar nossas lembranças num canto escuro do pensamento e deixá-las acumular pó pra nunca mais. Jurei parar de dar 'boa noite' ao vento sempre antes de dormir. Só juro pra aliviar a dor. E nem assim ela me deixa.
Pergunto-me toda noite o que nos levou ao fim. Nenhum de nós estávamos de coração limpo, mas sabíamos disso. Será que foi por sufocamento de amor da minha parte ou por falta de coragem da sua? Só você não enxerga que indo embora vai estar fugindo do seu passado e que isso não adianta. Ele vai estar contigo em qualquer lugar do mundo. O passado é um tipo de bagagem sem escolha de carregamento ou não. Você pode até tentar, mas não vai conseguir a fuga de si mesmo. Rs! Mas é tão cabeça dura e fechado em sua casca artrópode de escorpião que vai tentar o que der na telha. E o que te deu na telha foi ficar sem teto e ir por aí...
E eu? Eu fico louca tentando te deixar ir. Fico louca pra tentar me livrar do você em mim. Fico vendo você seguir sua vida, nas festas com os amigos por aí, superando tudo tão rápido, mas nem isso me consegue fazer seguir em frente. Sou melancólica por natureza. Não vou sair por ai fingindo que está tudo bem. Não sei fingir, mentir, enganar. Seria uma péssima atriz e comigo você foi o melhor ator.
Não sei jogar no amor nem acho justo que existam jogos em sentimentos. Se o erro foi meu, seu ou de ninguém... Já não importa mais. A minha maior preocupação agora é não morrer depois de ter ficado tão cansada, é matar o que ainda resta seu dentro do meu peito e na memória, é sair dessa mais viva do que entrei. Só preoucupo em te superar.
Não vou enganar a ninguém: ter sido sua foi o melhor que já fui. Com você tentei ser a melhor possível e esquecer tudo tá muito difícil porque tudo ainda respira o que fomos, traz lembranças à tona e dá um nó tão grande na garganta que sufoco. Talvez o meu veneno que te sufocou esteja agora matando à mim.
Sinto sua falta... E da mesma forma que eu mim será infinito, talvez eu não consiga parar de escrever à você aqui porque são tantas coisas que ficaram por dizer, tanto que ficou por ser, que encontro aqui a única forma de tentar me conformar. Melhor só... Parar agora. De te escrever. Pensar em você. Parar de viver de amor e começar a viver por mim...

Isa G.

"Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem". Caio F.

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