sábado, 26 de fevereiro de 2011

Sentimento Camaleão

“Heaven forbid you end up alone and don’t know why"
"(O céu proíbe que você acabe sozinho sem saber o porquê)”
 – Heaven Forbid -
The Fray

Sabe, continuo esperando. Continuo esperando o dia em que meu coração não vai disparar quando encontrar você caminhando por aí; continuo esperando conseguir ficar perto de você sem minhas pernas tremerem e meu peito apertar. Continuo esperando que o amanhã seja melhor, menos dolorido e o mais importante: sem uma lembrança de sonho com você.
Não dá mais, entende? Não dá pra passar o dia dizendo a mim mesma que acabou, que nunca mais vamos nos falar, que eu jamais poderei te tocar mais uma vez, que a distância que nos separa por dentro é incalculável, sendo que a noite cai, meus olhos fecham e você está ali esperando por mim. Sempre vivi de ilusões, mas eu te preferia real. A ilusão de ter você dói mais do que a realidade de te perder. A dor da perda é real, a dor da ilusão é um castigo que, Deus, eu não mereço. Noite passada consegui sentir seu abraço. Em algum lugar do meu subconsciente tenho guardado os seus jeitos e trejeitos de me ter nos braços e por sorte/azar você me abriu os braços e me apertou tempo suficiente pra que eu sentisse mais ainda sua falta. Como é possível?  Hoje o céu chora por mim como se me proibisse de me sentir sozinha. Hoje eu choro por você como se o sal da minha lágrima pudesse grudar no seu coração de gelo e te fazer pulsar por mim por um minuto. Como se eu pudesse correr em suas veias em uma batida de coração e conseguisse te invadir, percorrer por inteiro, desvendar esse mistério que carrega nos olhos, desvendar essa força que te equilibra e destrói.  Você tem me destruído com essa sua indiferença, a cada dia sua força se transforma em minha fraqueza. Em cada sonho esqueço tudo e me entrego. Sentimento camaleão esse que me esgota. Vivo entre dor e torpor, entre realidade e fantasia, entre eu e você. Eu. Você. Como eu queria poder juntar essas duas palavras em uma: par...seria...se... você soubesse a falta que sinto. Te encontrei num sonho em que você me observava de longe, no outro segurou minha mão e no último me envolveu em um abraço de pluma, confundindo corpo e alma, deixou a espada de lado, retirou o escudo que te esconde e se mostrou inteiro, frágil, um garoto real perdido em um sonho de uma menina ilusória. Nem assim, nem assim consigo te reencontrar. Nos perdemos pra sempre em um universo paralelo. Queria agüentar firme, queria ser de pedra e não pluma, queria ser Tróia. Mas a cada noite que te encontro um pedaço meu é destruído: é o sorriso, são os olhos, as mãos, o estômago, a alma. Você luta comigo mesmo desarmado, você ganha antes mesmo de dar início a partida. Minh’ alma chora junto aos céus e nesses dias de nuvem interior eu queria poder achar abrigo junto a você. Eu queria poder saber o porquê. Por que você me abandonou? Perdida pra sempre num deserto de almas desertas.  O céu  me proíbe de ficar sozinha, você me proíbe de saber o porquê. Porque eu ainda não te esqueci, e você me dói como se a gota de chuva me atingisse como fogo e se eu pudesse, ah! Se eu pudesse me incendiava com sua presença, mas me queimo com suas lembranças. Não consigo mais me adaptar a essa transição entre sonho e verdade. Sentimento camaleão não me interessa mais. Vou voltar a ser inteira, exposta, transparente, e que se dane o que pensam, eu só quero me perder pra ver se me encontro. Só quero te encontrar pra ver se me perco.

- Você acredita em sonho? Então deixa eu te mostrar o meu.
Me encontra? Você sabe o lugar.

Isa G.


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Continuo viva

"Que seja doce - repetia todas as manhãs" 
Caio F. de Abreu


“Continuo viva”, pensou enquanto abraçava o próprio corpo e erguia a cabeça rumo ao céu. “Continuo viva”, reafirmou ao sentir o calor da imensa bola de fogo tocando cada parte de seu corpo, sentiu cada poro se abrindo, o arrepio surgindo e ele ainda caminhando atrás dela, em passos lentos como sempre fazia,partindo.
-Certas coisas a gente não explica, Sara. Simplesmente não dá mais pra mim.
Ela então se lembrou de uma música que gostava muito que dizia “algumas coisas são melhores se deixadas desconhecidas” e pela primeira vez na vida parou de questionar, decidiu que deixaria a vida seguir seu curso, o amor bater em seu tempo e aceitar os acontecimentos. Sentiu um imenso nó no peito, uma repulsa no estômago e as pernas bambas ao pensar que Tom, que estava ali tão lindo como sempre, parado à sua frente com aquele meio sorriso, olhos apertados e braços cruzados, dali em diante não estaria mais. Doeu pensar que ela teria que vê-lo partir e ficar com todas as lembranças pra si, pra serem destruídas, ou serem arquivadas, relembradas quem sabe. Seu olhar era fixo, seu pensamento era vago.
-Sara – ele a tocou no braço a fazendo acreditar por um momento que tudo fora um sonho – não vai dizer nada?
Ela então segurou a mão que a tocava, colocou em sua cintura e jogou os braços em volta do pescoço daquele que ela tanto gostava, daquele com quem ela havia dividido parte de sua história, entregado muito de si, confinado segredos, trocado olhares, beijos, carícias, trocado um pedaço de alma, dado um pedaço enorme da carne vermelha e sangrenta denominada coração. Sara sentiu quando ele a apertou um pouco mais e suspirou. Ficaram ali entregues um ao outro até que cada um pudesse guardar o cheiro, o gosto, o jeito, o corpo, o sentimento, o toque do outro. Ficaram tão entregues um ao outro que por um instante pareceram um. Um par perto de virar ímpar. Ela guardaria aquele abraço; ele guardaria aquela sensação; ela guardaria os beijos; ele escolheria guardar a diversão; ela se arrependeria depois por ter se entregado tanto; ele se arrependeria depois por ter achado que não merecia esse tanto; ou talvez não. Talvez com o fim do abraço fosse o fim de uma história.
-Você precisa se cuidar – ele disse em seus ouvidos.
-Vou sentir sua falta – foi o que ela conseguiu responder.
Quando enfim se soltaram, olharam-se pela última vez, flashs aparecendo na memória de cada um: primeiro encontro, primeiro beijo, discussões, brincadeiras. Ele então se virou, colocou as mãos nos bolsos e partiu em passos lentos rumo ao leste. Era dolorido demais vê-lo ir embora, então Sara virou-se, fechou os olhos e ajoelhou. Desabou. Durante cinco minutos ficou ao chão, lamentando pela partida de alguém tão querido, mas uma voz interna lhe disse: “Você continua viva. Com um pedaço a menos de você, mas com um pedaço enorme daquele cara, e isso vai te fazer viver; Estamos aqui pra no fim levar quase nada de nós e muito dos outros. Os pedaços são nossos combustíveis, os outros são nossos postos. E como todo posto, toda estação, devemos passar e deixar que passem também.
A menina de olhos cor de esmeralda se levantou, abraçou o próprio corpo,  ergueu a cabeça aos céus e em pensamentos disse a si mesma: “Continuo viva e isso é tudo que preciso para viver hoje”.


Isa G.


Instintivamente destino...

...um conselho à você:

"Confie em seu coração se os mares
 explodirem em chamas 
e viva pelo amor mesmo que as estrelas
se movam para trás"
                  
                 Livro: Morte e vida de
                                                         Charlie St. Cloud - Ben Sherwood

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Lembrete


E eu me lembro a cada dia, a cada instante
desejando que o agora fosse antes, 
querendo à mim junto à você
viver em sonho
só pra te ter.

Isa G.


Aos queridos que por aqui passam agradeço aos comentários, selos e desejos de novas escritas e peço desculpa pela ausência, mas realmente estou ficando sem tempo!(hahaha), mas farei o possível para postar algo mais tarde (inclusive os selos que recebi) e também visitarei os cantinhos que considero especiais e os novos que apareceram por aqui que tem tudo para serem também =)

Obrigada! BEIJOS, BEIJOS... 
Isa G.