sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O jogo da vida

"Pois olhe, eu só lhe digo uma coisa:
Deus sabe o que faz" 
Caio F.


Acredito com cada vez mais força que o maior desafio da vida é viver. Nós escolhemos quem vão ser as peças de nosso jogo, mas não podemos prever ou escolher seus movimentos. E o pior ou melhor, não sei ainda, é que muitos desses movimentos são errados e nos afetam de uma forma avassaladora.
Cortar peças é dolorido, colocar novas é arriscado. Na vida, não só o amor, mas tudo (e me perdoe Juca Mulato) é uma faca de dois gumes fatais: viver é sofrer, não viver é sofrer mais.
Não é possível impedir que as peças de nossas vidas nos magoem, nos deixem para trás, nos passem a perna. O universo e seu movimento são imprevisíveis e não sei ainda até onde há beleza nisso. Fato é que casa peça é única, singular, não havendo em hipótese alguma encaixe perfeito; há aquelas que se encaixam melhores, ajeitam-se abrindo espaço.
Viver é um risco contínuo, mas não é uma reta. É muito mais um emaranhado de caminhos que vão e voltam, têm buracos, pedras e arco-íris.
E, há dois tipos de jogadores: aqueles que não têm medo de trocar as peças e aqueles que preferem dar a elas movimentos. Nenhum desses é certo ou errado, mas acredito que aqueles que permitem que as peças se movimentem sozinhas sofrem mais. Peças são ingratas, pessoas também.
Ainda tem o lance de confiar nas benditas peças: com fiar, fiar, com fio, fio que une ou separa dependendo de sua presença ou sua falta.
Mas há algo muito bonito nesse jogo de peças no universo, a jornada apesar de diferente é uma só e  as peças são vistas em tempo integral por um jogador maior, que nunca interfere no livre-arbítrio, mas que é o mais justo do jogo. E assim, quando uma peça erra com a outra o justo revela lá na frente por mais que não se espere.
O jogo da vida é um jogo aberto por mais que se tente fechar as portas.
Acredito com cada vez mais força que o maior desafio da vida é viver, por isso, eu vivo e se eu cair... Lá na frente eu me levanto outra vez.

Isa G.