"Pois olhe, eu só lhe digo uma coisa:
Deus sabe o que faz"
Caio F.
Acredito com cada vez mais força que o
maior desafio da vida é viver. Nós escolhemos quem vão ser as peças de nosso
jogo, mas não podemos prever ou escolher seus movimentos. E o pior ou melhor,
não sei ainda, é que muitos desses movimentos são errados e nos afetam de uma
forma avassaladora.
Cortar
peças é dolorido, colocar novas é arriscado. Na vida, não só o amor, mas tudo (e me perdoe Juca
Mulato) é uma faca de dois gumes fatais: viver é sofrer, não viver é sofrer
mais.
Não é possível impedir que as peças de
nossas vidas nos magoem, nos deixem para trás, nos passem a perna. O universo e
seu movimento são imprevisíveis e não sei ainda até onde há beleza nisso. Fato
é que casa peça é única, singular, não havendo em hipótese alguma encaixe
perfeito; há aquelas que se encaixam melhores, ajeitam-se abrindo espaço.
Viver
é um risco contínuo, mas não é uma reta. É muito mais um emaranhado de caminhos que vão e voltam,
têm buracos, pedras e arco-íris.
E, há dois tipos de jogadores: aqueles
que não têm medo de trocar as peças e aqueles que preferem dar a elas
movimentos. Nenhum desses é certo ou errado, mas acredito que aqueles que
permitem que as peças se movimentem sozinhas sofrem mais. Peças são ingratas, pessoas também.
Ainda tem o lance de confiar nas
benditas peças: com fiar, fiar, com fio,
fio que une ou separa dependendo de sua presença ou sua falta.
Mas há algo muito bonito nesse jogo de
peças no universo, a jornada apesar de diferente é uma só e as peças são vistas em tempo integral por um
jogador maior, que nunca interfere no livre-arbítrio, mas que é o mais justo do
jogo. E assim, quando uma peça erra com a outra o justo revela lá na frente por
mais que não se espere.
O jogo da vida é um jogo aberto por
mais que se tente fechar as portas.
Acredito com cada vez mais força que o
maior desafio da vida é viver, por isso, eu vivo e se eu cair... Lá na frente
eu me levanto outra vez.
Isa G.