sábado, 30 de outubro de 2010

Saiba

Eu não posso fazer mais nada. Você fez sua escolha e se quer partir eu só posso te desejar mais flores que espinhos no caminho e... Quer saber? Eu te desejo mais. Que você tenha fé, muita fé. Mais do que a que eu tive em relação a você, nós. Mais do que a fé de criança em coelho da páscoa e papai Noel. Tenha fé em você, nos seus sonhos, naqueles que te cercam. Tenha mais fé no peito, nos olhos. Acredite! Crer faz toda a diferença. E eu te desejo muita sorte pra que você consiga ser o melhor que pode; pra que descubra o que fazer da vida e descubra, a tempo, a importância que você tem na vida de muitos (na minha). E eu te desejo uma enxurrada de sentimentos pra que você possa ver e sentir na pele, nos ossos, na alma que sentir pode até doer, mas vale a pena quando você vê aquele sorriso, aqueles olhos, aquele coração disparado e pernas bambas. E eu te desejo tudo isso também. Que você possa um dia sentir por alguém o que senti por você. É tão bonito, você tem que ver. Espera. Antes de ir, deixa eu te dizer uma coisa? Segura minha mão. (suspiro). Obrigada. Não por segurar minha mão, mas por me segurar inteira, por me fazer bem, por ter me escutado tantas vezes, por ter se importado e dito que só queria meu bem. Eu acreditei. Obrigada por ter me cuidado, por ter dividido parte do seu caminho comigo, pelos risos, brincadeiras, parceria. Olha, ta sol lá fora, mas eu não posso mais te prometer o céu, eu não posso mais querer ser sua a céu aberto, a céu interno. Mas eu desejo que seus dias sejam de sol; com chuva quando você precisar. Desejo, com todos os meus corações que você seja feliz no seu caminho, nas suas escolhas, na vida. Porque você tem um sorriso que merece ser visto e anda como se soubesse dos passos que dá e porque você, só você tem duas pintas perto do olho direito que, meu Deus, uma é meu pecado e a outra meu perdão. Porque eu vou sentir sua falta. Porque vai doer. Porque você me fez um bem enorme. Porque é você. Eu te desejo... Apenas. Saudade, sempre. Agora pode ir! Coração ta bem apertado, mas vai! E se eu posso te pedir alguma coisa, se você acha que tive um pouquinho de importância nesse seu mundo paralelo, cheio de gente e sonho, só peço que... Não me esqueça. E me abraça de vez em quando. Te desejo memórias bonitas. Lembra da minha felicidade ao te ver, do meu ‘bom dia’, do meu sentimento. Lembra do que foi bom e me perdoa o excesso. De palavras, de choro, de sentimento. É que eu transbordo mesmo. Em tudo. Em todos. Meu barco furou quando nasci, então tive que aprender a navegar em águas profundas. E fiquei densa, indo sempre ao fundo de mim, de você, de tudo que me toca. Foi bom. Foi ‘bazinga’. E eu te admiro, muito. Queria ter sido um pouco mais mistério, um pouco menos coração, mas... É isso! Pode soltar minha mão agora, mas me solta aos poucos. Tem certeza que não quer ficar e tomar um café? Hum! Tudo bem então. Ei...  Eu...  Te desejo...

Isa G.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sem fio

"Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranóia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressivo e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso."


"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. "




Caio F. de Abreu



P.S.: Desculpem a ausência, mas tá uma correria aqui! Fim de semana texto novo =) sem falta! Enquanto isso vai esses trechos do Caio aí que sempre falam por mim e, acredito, por muitos outros.Ou por outro. E de alguma forma muito bonita e triste, na minha visão esses dois trechos se relacionam.  Beijos =*

Isa G.

sábado, 16 de outubro de 2010

Você não pode


-Jhony, eu te conheço há quantos anos?
-Acho que uns quinze, por quê?
-Lembra quando eu te disse que ficaria sozinha? Então, eu tinha razão.
-Você não pode dizer isso só porque algumas estórias deram errado. –ele riu – Você simplesmente não pode ficar sozinha.
-Por quê?
-Por quê? – ele encarou a mulher ruiva parada a sua frente e respondeu sério – Porque você tem esses olhos que mais parecem duas esmeraldas tristes e sempre olha nos olhos quando conversa dando a outra pessoa confiança e credibilidade. Porque você gosta de andar de mãos dadas e adora abraços. Quem hoje em dia gosta disso, criatura? E as mãos dadas são justamente pra te lembrar que você não estará sozinha. O abraço se não me engano é porque te deixa segura e te faz sentir querida. Porque você sorri com a alma e chora com ela também. Você é sentimento puro. E porque você tem aquele cachorro de pelúcia todo costurado que ganhou no seu aniversário de um ano e ainda guarda a cartinha do seu namoradinho de infância e todas as flores que sua mãe já te deu. Porque você coleciona o que há de mais valioso por aí: o amor. E eu acho horrível quando você vem choramingando pro meu lado dizendo que fulano está mal e aí você fica péssima também ou que ciclano te magoou e você enumera mil defeitos em você pra justificar que a pessoa não gosta de você (acha mesmo que isso é possível?). Porque você tem essa terrível mania de se doar demais, se entregar em excesso, mas isso te faz tão linda porque você não tem medo. Você gosta tanto de pessoas, acredita tanto em sentimentos que caminha de olhos fechados quando o assunto é coração. Porque você é corajosa, coração!
-Me abraça?
-Sempre.

Isa G.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Coisa de um coração

Quando eu era criança adorava esconder em algum canto só pra minha mãe ficar louca me procurando, chamar a família inteira pra ajudar a procurar. Aí do nada eu aparecia e recebia aquele monte de abraço, passada de mão no rosto, no cabelo e palavras do tipo: “Por onde você andou menina? Quer matar a gente do coração?” Claro que eu não queria matar ninguém do coração. Eu queria guardá-los no peito e pra isso achava que era preciso que, primeiro, eles sentissem minha falta e que quando eu voltasse perceberiam que eu era especial e gostariam de mim assim, em um click. Bobeira de criança, coisa de filha única, carência, pode dar o nome que quiser. Hoje, muitos anos depois eu não sumo mais. Mas não é por ter a absoluta certeza que aqueles que me procuravam me amam ou do amor das minhas segundas e terceiras famílias que construí por aí. Devo admitir que a vontade de sumir é por vezes muito grande. Vontade de subir naquela casa na árvore e ficar ali até escurecer e só descer quando o pai aparecer pra ajudar, vontade de andar por aí sem rumo e só parar num lugar onde não haja conhecidos. Mas não faço isso. E não faço porque tenho um medo gigante que aperta o peito: medo de que não sintam minha falta e eu fique perdida por aí. Não é drama não, nem carência, nem coisa de criança. É coisa de um coração que não tem se achado importante, coisa de um coração que só quer ser lembrado sem precisar sumir. Tem dias que além de retrato em preto e cinza, a gente se sente um retrato em preto e cinza melancólico e invisível. São tantas as pessoas que eu guardo aqui dentro de mim e é tão grande a falta que me fazem. Não é possível que só eu sinta assim. Isso não pode ser coisa de um coração bobo da corte. Meu coração é real, a saudade realeza.

Isa G.

sábado, 9 de outubro de 2010

Porque às vezes...

-Claire, o que você vê nessa foto?
-O que eu vejo? Humm... (silêncio). O fim.
-Explica?
-Ah, Lucy! É simples. Eles estavam bem. Ela o abandonou. Ele sofreu. E agora vai tentar seguir em frente.
-É isso mesmo que você vê?
-Sim. Por quê?
-Você não acha que às vezes o problema é também a solução?
-Aonde você quer chegar?
-Tenta olhar, agora, da direita para esquerda. Ele sozinho em pleno verão, triste por qualquer motivo. Pode ter sido despedido do emprego, pode ter sofrido por amor, o cachorro pode ter morrido. E ele se lamenta; verão, inverno, outono. Sempre na mesma praça, sempre no mesmo banco. Talvez ela passasse ali todo dia e tenha começado a se preocupar com ele, com todo aquele mistério que ele tinha nos olhos, toda aquela caixinha de surpresa que era a vida dele. E talvez ela tenha se perguntado sobre o que ele estava sentindo, pensando, querendo e resolveu tentar ajudar. Então, em uma madrugada, antes que ele acordasse, ela se colocou ali no mesmo banco. E quando ele abriu os olhos, lá estava ela disposta a ajudá-lo com o que fosse.
-E ele disse qual era o problema?
-Pra quê, Claire? Ele já tinha a solução.

Isa G.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Hallelujah - Jeff Buckley





"You know, I used to live alone before I knew you
And I've seen your flag on the marble arch
and love is not a victory march
it's a cold and it's a broken hallelujah"

Coração assusta fácil mesmo! Dá um medo sentir demais; dá um medo sentir de menos. O ideal seria o equilíbrio, mas a gente sempre tromba em algo/alguém e tomba mais pra um lado. Geralmente, pro lado de dentro.

Isa G.

Compartilhando uma das músicas que eu mais gosto (quase ninguém sabia disso - hahaha)
Jeff nasceu em 17 de novembro de 1966 e morreu afogado em 29 de maio de 1997. Foi considerado um dos maiores músicos de sua época e conquistou fãs como: Radiohead, Coldplay e Muse.

Boa semana pra todos! =*