terça-feira, 22 de março de 2011

"Eu tenho alguma coisa para te dar"


"E mesmo assim, queria te perguntar,
Se você tem ai contigo alguma coisa pra me dar,
Se tem espaço de sobra no seu coração.
Quer levar minha bagagem ou não?" - Dois, Tiê


Gente, mais uma vez estou numa corrida contra o tempo! Na faculdade começou a época de trabalhos, no trabalho está uma loucura e acabo não conseguindo encaixar o Amargamente Doce na minha loucura diária, o que eu, sinceramente, acho uma pena e espero dar um jeito! ( E VOU). Vou me programar para voltar a postar semanalmente, e ficarei extremamente grata se não abandonarem esse cantinho tão querido!!! Desculpem, mais uma vez, a ausência! Não será mais assim... ;)

Fica aqui de presente essa música linda que mais parece poesia na voz de Tiê!! Achei a minha cara e, consequentemente, a cara daqui! Espero que gostem! Beijos, beijos e feliz dia do blogueiro atrasado! 

Isa G



segunda-feira, 7 de março de 2011

Carta curta-metragem

"Eu pensei em escrever alguns poemas 
só pra tocar seu coração"
Isabela Taviani


Tem me custado muitos dias que poderiam ser felizes, minh’alma que poderia estar arco-íris, meu coração que deveria estar livre, ver-te todos os dias aqui dentro de mim e lá tão distante fora de nós. Sei que você foi embora antes mesmo de chegar, isso acontece às vezes: a gente continua, continua, continua, mas o peito já partiu a tempo em busca de sol, em busca de amor. Mas o problema é que eu fiquei estagnada em pleno inverno, sem plano de ida. E ficar aqui presa nessa bolha de invisibilidade, observando-te de longe tem me machucado dentro, lá no centro, uma faca afiada em asa de borboleta azul.
Sei também que não vai voltar. Como eu sei? Quem volta sempre deixa uma pista, um bilhete, um pedaço de si. Fizeste ao contrário levando tudo que era meu junto a sua bagagem que nunca fora aberta. E eu poderia continuar aqui embaixo dessa árvore seca, congelada pelos flocos de neve que pouco a pouco cobrem minha pele, mas eu tenho uma saída incomum: vou cavar um buraco bem, bem fundo, afundar-me num poço de gelo da mesma forma que afundei em seu coração e depois de cavar bem, bem fundo, vou pegar todas as letras que lhe ofereci, juntá-las em uma corda e escalar pouco a pouco rumo a primavera, rumo a minha era de amor. Tem me cansado muito persistir no erro, tem me doído os ouvidos escutar suas risadas que já não têm ligação alguma comigo e fico completamente sem graça quando te vejo chegar sabendo que não sou eu seu ponto final. Ponto final foi o que você colocou explicitamente a minha frente quando decidiu partir. Ponto final é este último nó que estou dando em meu coração, trancando-o a sete chaves. Vou viver um pouco ‘in’, parar de bater em sua porta que nunca se abre, em tentar achar abrigo em seu peito de ferro. Sou algodão e água salgada. Enferrujaria sua máscara; você sujaria minha alma.Aqui, olhando para trás nunca imaginei que hoje seria assim. É engraçado o espelho da vida, não? Às vezes ele reflete ao contrário as nossas ações, as nossas lembranças, os sonhos.  Espelho de ponta cabeça, cabeça que só pensa em você, você que nunca mais se lembrou... Nem sempre o passado é a certeza do futuro, mas o presente é certeza do agora e agora te digo: eis um ponto pra você.
Estou dizendo adeus da forma mais dura que consigo dizer. Poderia ter me calado, desfeito as amarras em cortes abruptos e seguido em direção contrária a ti. Mas não seria eu se fizesse isso. Então digo adeus com dor no peito, digo adeus enterrando sete chaves, digo adeus libertando você... E construindo em mim a mais bonita das prisões: aquela em que o preso é um coração. Fica tranqüilo, vou te deixar em paz, pode se armar de novo, vai, seja de ferro... Escolhi ser doce, amargamente doce é o meu... Adeus.

Isa G.